quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E aí será que dessa vez vai??


Tenho 30 anos e, desde que entrei na faculdade, venho procurando um rumo para minha vida (digo, profissional)...

Entrei na faculdade para o curso de Letras – Deus sabe lá por quê –, mas era um daqueles momentos em que Ele te diz o que fazer e, de olhos fechados e ouvidos tapados, simplesmente desobedecemos... Então mudei de curso, passando para Publicidade, pois achei que seria um curso leve, descolado, sabe? Isto hoje me soa como uma grande piada, porque “descolada” é algo que jamais fui... Vai ver foi este aí o primeiro de muitos equívocos que vinha cometendo em minha vida profissional.

Sou uma pessoa que não nasceu para ficar trancada em um escritório até as 23:00, tampouco para comandar ou ser comandada por uma equipe estressada e com a neurose das metas e dos resultados inatingíveis; eu nunca soube direito o que eu queria da minha vida, mas isto era exatamente o que eu não queria – na verdade, tenho fobia ao mundo coorporativo. 

Então, a partir daí, comecei a empreender em diversos segmentos diferentes de micro-negócios para ver se, de alguma maneira, deslanchava profissionalmente. Assim, montei uma assessoria de noivas, cujo grande feito foi realizar 2 casamentos, tendo ocorrido no primeiro deles um pequeno incidente, “estilo roubo de cargas”, quando eu estava a caminho da recepção, e roubaram meu carro e todas as bebidas da festa... Isso poderia ter sido uma verdadeira catástrofe, mas, como em todo belo seriado, teve um final feliz, e conseguimos realizar o casamento sem que a noiva percebesse nada.

Depois fiz um curso de moda, pois, naquela altura, achava que o que tinha dado errado no final das contas era a escolha da minha profissão (verdade seja dita: ainda acho isso!). 

Então, fui fazer um curso de moda e, depois que concluí (prepare-se para meu segundo grande erro...), abri um atelier que teve a vida longa de 10 meses e nenhum lucro! Para mim, o fracasso com a Bessie (sim, essa era o nome de minha marca) foi o bastante para que eu percebesse a ausência, em minha pessoa, do espírito e do desapego necessários a um empresário/empreendedor a fim de que este se estabeleça. 

Assim, parti para a representação sem custos e comecei a ganhar minha própria graninha, e isso era muito legal! Porém, aos poucos também fui perdendo o interesse em vender Perfumes de Interiores – é algo que também não é lá muito estimulante. 

Pensei, então, por que não ser DONDOCA??! Ora, sou casada, meu marido trabalha, meu pai me ajuda, e poderia muito bem me encaixar! Poderia, sim, SE os dois que acabo de citar fossem super ricos e depreendidos, o que não é o caso. Mas, eu estava, de fato, com tempo livre para ser dondoca...

Bem, a fim de ser uma verdadeira dondoca, você precisa basicamente de 2 coisas, ou melhor, de 3 coisas: (1) um cara para te sustentar (isso pode ser seu marido, seu pai, seu avô... Enfim, alguém que te banque); (2) muito dinheiro para gastar (isso é o que me falta: cartões de crédito à vontade, contas abarrotadas de dinheiro, carros, etc.); e, por fim, mas não menos importante, (3) tempo livre (e esse é o único requisito que possuo...). 

Passei, então, a investir todo esse meu tempo livre na observação de dados empíricos e incidentais relacionados a uma gama de mulheres que seguem este estilo de vida tão almejado por mim...

 Foi assim que eu comecei a perceber que as dondocas têm que se virar para fazer com que as 24 horas do dia sejam úteis, ou melhor dizendo, não sejam inúteis, e por isso elas malham, fazem pilates, vão ao salão, aos shoppings, freqüentam chás beneficentes, etc. 

Porque preencher seu tempo ocioso é algo bem complicado, e descobri da pior maneira que ser uma aspirante a dondoca sem um marido rico é um verdadeiro caos! Então comecei a pensar que poderia usar esse meu tempo ocioso (“ocioso”? apenas um termo chic para dizer que você é uma DESOCUPADA) com outras coisas, além de dar ordens à babá, comer (algo que tenho feito com muito louvor), assistir à televisão e dormir, para meu tempo passar mais depressa. 

Parei de pensar que existem pessoas que são assim mesmo: que têm sorte no amor, na guerra, mas não na vida profissional. Parei de me lamentar pelo fato de que todos têm um trabalho e recebem dinheiro menos eu! Como disse, vou usar esse tempo livre (isso, livre soa um tanto melhor que ocioso!) para praticar atividades coisas que me agradam...

Eu, por exemplo, gosto muito de ler. Desta forma, comecei a ler coisas que me interessam, e não livros balzaquianos que me caem mais como um sonífero que como diversão ou entretenimento. A leitura fez-me lembrar de uma coisa que há muito estava apagada lá no fundo da minha memória... Sabe quando somos crianças sempre dizemos “quando eu crescer, serei tal coisa”? 

Pois é, por alguma razão (destino, quem sabe...), me lembrei que sempre dizia que seria uma escritora. Lembro que, na minha infância, sempre escrevia cartinhas quilométricas para expressar minhas angústias e alegrias! Lembro também as inúmeras cartas suicidas que escrevi quando os meus boletins chegavam ou quando fazia alguma coisa pela qual tinha certeza de que seria severamente punida (e no meu tempo não tinha DPCA e nem Conselho Tutelar, não! Era SURRA mesmo...). 

E não sei o que ocorreu ou se mesmo ocorreu algum fato definidor, mas de uma hora para outra simplesmente parei de escrever, mas parei mesmo. Nem um cartão de natal para meu marido eu conseguia mais escrever (ainda bem que não sou americana, já pensou? Quando fui me casar teria tido um grande problema com os meus votos! Sério, graças a Deus que não sou, porque eu teria tido minha primeira crise antes mesmo de me casar!)... 

Não me lembro ou realmente não houve nenhum episódio que me traumatizou a ponto de me fazer parar de escrever, mas o fato é que agora essa vontade do nada está voltando, como se ela tivesse ficado adormecida bem lá no fundo do meu íntimo e estivesse querendo enfim aflorar! 

Vejo-me agora ansiosa para que esse ímpeto aflore logo, porque, pela primeira vez em minha vida, sinto que estou no caminho certo, profissionalmente falando (é realmente eu disse profissionalmente falando; soa tão estranho enquanto escrevo e digo em voz alta tal frase...). Será que pela primeira vez na minha vida eu encontrei minha verdadeira vocação?




Besos, besos, besos!





3 comentários:

  1. Oiii, mulher...ficou massa o post!!!
    Espero q seja dessa vez neh??? Tem q se dedicar bastante e não parar!!!
    bjosss

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  2. Oi!
    Retribuindo a sua visita ao blog Por Trás das Letras^^
    Eu também estive em uma fase de amadurecimento, na verdade, ainda tentando me descobrir profissionalmente.
    Cursei 1 ano de Filosofia e abandonei, fui para a Engenharia Ambiental e quando faltava apenas 1 ano e meio para concluir abandonei também, fui para a pedagogia, e só cursei 1 período, agora estou em Letras, e me sinto feliz^^
    É de certa forma bom, eu sempre tive vontade de experimentar um pouco de tudo nessa vida...
    Bem, Boa Sorte pra você, e no que precisar, pode contar com meu apoio!
    A escrita não deve ser algo forçado, mas sim que flua naturalmente.
    Um abraço
    Dani do blog portrasdasletras.net

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